Essa é a percepção clara dos cidadãos, especialmente daqueles que foram vítimas da crescente onda de assaltos, arrombamentos, arrastões e outros crimes que tiram o sono de empresários, lojistas e trabalhadores de diversos setores. Em Timon, qualquer estabelecimento onde se presume haver fluxo de dinheiro pode virar alvo: de grandes comércios até barbearias. A criminalidade, cada vez mais ousada, afeta tanto os negócios quanto a tranquilidade da população, que vive em constante temor.
Quando o
assunto é segurança pública e responsabilidade política, a população cobra
ações efetivas dos gestores. Em campanhas eleitorais passadas, chegou-se a
dizer que, se não fosse o apoio da Prefeitura de Timon fornecendo combustível,
as viaturas da Polícia Militar ficariam paradas, sem poder atender às
ocorrências. Essa narrativa reforçava o contraste entre o governo municipal e o
estadual, que à época não eram aliados políticos. Hoje, essa realidade mudou.
Agora
aliado do governo do Estado, o prefeito Rafael Brito tem recebido apoio da
gestão do governador Carlos Brandão e do secretário de Articulação Política,
Orleans Brandão. Pelo menos, é isso que se anuncia em discursos públicos
durante visitas oficiais à cidade ou em encontros na capital, São Luís.
Apesar
disso, os cidadãos continuam a sentir na pele a insegurança. A percepção é de
que os investimentos feitos não estão gerando os resultados esperados. E os
números, por mais positivos que pareçam, não bastam para mudar essa sensação.
Timon
conta hoje com figuras importantes na estrutura da segurança pública. O coronel
Schnneyder, atual sub-secretário estadual de Segurança, é um nome respeitado e
já foi comandante do 11º BPM, com reconhecida atuação. Tanto que ele disputou as
eleições municipais e ficou como um dos candidatos mais votados.
No âmbito
municipal, a secretária de Segurança Mariely Vilhena, que já atuou como
delegada da Mulher, está à frente de projetos importantes, como o Compaz
(Centro de Prevenção à Violência) e o sistema de videomonitoramento da cidade.
São iniciativas com potencial, mas ainda em fase de implementação.
O
prefeito Rafael, como deputado e agora gestor municipal, conseguiu trazer
avanços: mais um comando da PM, reformas em delegacias, aquisição de viaturas e
equipamentos, além de capacitação para policiais. Ainda assim, o sentimento de
insegurança persiste.
Os dados
comparativos com o ano passado mostram avanços significativos:
- Prisões em flagrante
aumentaram 22%
- Homicídios caíram 56%
- Tentativas de homicídio
caíram 37%
- Roubos de motos diminuíram
27%
- Apreensões de armas
cresceram (51 este ano contra 39 no mesmo período do ano anterior)
- A Guarda Civil apreendeu 17
armas, contra 4 no mesmo período do ano passado
- Foram enviados 33 novos
agentes da Força Tática e quatro viaturas para reforçar a PM.
Apesar
disso, como bem destacou o presidente da Câmara, Uilma Resende, em discurso no
ontem, 04:
“Investir
apenas em segurança pública, colocar mais policiais nas ruas, não resolve o
problema. Segurança é um sistema complexo. Precisamos cobrar de todos os entes
envolvidos. Não podemos admitir que alguém seja preso 14 vezes e continue
voltando às ruas para cometer novos crimes. É preciso união de forças.”
O desafio
da segurança pública em Timon exige mais do que números. Requer uma ação
conjunta, contínua e estratégica, com participação ativa de todas as esferas de
governo e da sociedade.